Passê dias agarrada à placa
Foi o V´rão tod’ à’legar
Até tenhe o cêss quadrade
Já nem consigo má m’assentar
Coméque me forem fazer iste
‘Tive um ane intêre à espera
Tinh’os tróques mêm’à conta
Olhem-me só esta miséra
Só se tá néuva questa gente
Erem tendas cheias de cmida
Tod’à gente tem um grupo
E eu ande aqui mêa esbaforida
Até já tinh’ó mê nome na lista
Esgatanhê-me pó conseguir
Erá primêras na questurêra
E tu ainda te ‘tás a rir
Eu quero aquilío!
Das barrigadas de riz e andar árrelar
Apexar-te pum brace
Abraçar-te o cachace
Até de manhã sem ninguém se deitar
Precise daquílio!
Cantar continguío aos berros até ficar sem a voz
Emprastar-te até mais
Espegar-te os ensais
Mê carnaval tu és de nós para nós
De nós para nós
Já nem consigue ir à marquise
Dá-me dó e comece a chorar
Só de ver os mês trajes antigues
Pá marginal eu quer’é m’ir mestrar
Tenh’uns sapátes duma fertuna
Pedi empestáda à Cetelem
Fui comprar castanholas novas
E o mê maride nem deu pe lém
Só se pensem vocês todes
Que se vão meter a gozar
Este’ane já tenhe os vóchérs
Até ó Lance Norte vô balhar
Na me cansem cus covids
A nha doença é d’outro mal
Iste agora é só saúde
E nhas máscras de carnaval
Mê corpo pede e é o que eu lhe vou dar
‘Té quarta-fêra, é pá rebentar
E te garante que ‘segada, na vou ficar
S’tapanhe à roda até te môrd o cabêl
Lóg este’ane que fui pó medêl
Quem me dera q’iste fosse, um pesadêl
Eu quero aquilío!
Das barrigadas de riz e andar árrelar
Apexar-te pum braçe
Abraçar-te o cachace
Até de manh ã sem ninguém se deitar
Precise daquílio,
Cantar continguío aos berros até ficar sem a voz
Emprastar-te até mais
Espegar-te os ensais
Mê carnaval tu és de nós para nós
Na é pa nós, é p’àgent!